quarta-feira, 7 de junho de 2017

COMENTÁRIO QUALQUER (164)


SOU PARADO NA RUA POR UM TAXISTA DE BAURU
Três ou quatro pessoas e suas frotas imperam em Bauru.
Já escrevi muito do problema dos taxis em Bauru. Conheço vários deles e sei que a problemática deve ser tratada de forma diferente da que vejo hoje sendo encaminhada. Ele me relata seu drama. Uma comissão de taxistas, encabeçada pelo presidente do Sindicato e mais alguns esteve reunida na Prefeitura e com alguns vereadores (dentre eles o Meira). Estão alinhavando o provável ingresso de mais 60 profissionais em Bauru e sobre os preços cobrados nas corridas na cidade. Do preço, deixo para outra discussão. O fato que me traz aqui é o denunciado por esse taxista, explorado na cidade por algo bem peculiar nos mais variados setores da vida nacional. Em Bauru existem os donos de pontos e de frotas e esses sublocam o local de trabalho para os demais e auferem lucros com todos. É pago uma diária ou mesmo uma mensalidade para trabalhar nas ruas, espécie de terceirização, ou seja precarização da mão de obra. A irregularidade está aí, pois poucos detém esse monopólio, explícito e encoberto pela utilização de nomes de laranjas. É como se esses tivessem um só veículo, mas ao verificar a lista das concessões, parentes variados, desde esposa, filhos, genros, primos, sogras, mães, todos estão com seus nomes lá na lista. Algo tolerado, mas de sabida sacanagem.

Vamos ao finalmentes do que escrevo. Saindo mais 60 concessões, tudo está levando a crer e deixando os taxistas, já muito explorados, com mais um problema pela frente. Nas negociações, os nomes dos mesmos donos são os ventilados para ganharem mais essas concessões e assim terem mais e mais carros rodando em seus nomes pela cidade. A sugestão é muito simples. Só dar nova concessão para taxista já cadastrado e sabidamente sem ser identificado como dono de ponto, nem de frota e também, quando do cruzamento de nomes e sobrenomes, não sejam os mesmos de sempre. Quem está lá dentro sabe muito bem como identificar esses espertos e sacaneando com toda a classe, cada dia mais do que explorada.
Neste lado do Brasil nada é doce, império da crueldade e descaso...

Gostei demais da justificativa do amigo taxista e, assim sendo, passo adiante: fiquemos atentos e, pelo visto, até com certa cobertura de vereadores, algo de muito ruim para a categoria está sendo alinhavado. Se os vereadores estão mesmo atentos aos problemas da categoria, pois que não ajudem a aumentar ainda mais o monopólio dos táxis em Bauru nas mãos de uns poucos privilegiados.

Denúncia feita, aguardo providências a quem de direito.

BRASIL É DOCE POR FORA E AMARGO POR DENTRO*
* Artigo publicado hoje na seção que fecha o jornal, a última página do diário argentino Página 12, chamada de Contra Capa (linda, pois se transforma num lindo poster) pelo jornalista Eric Nepomecemo. Falar de Nepomecemo é chover no molhado, uma das mais brilhantes penas a versar sobre América Latina nos dias de hoje e lá de sua trincheira carioca, uma das penas mais abalizadas dentro do jornalismo pátrio. Do texto, desses que leio e já quero ter o jornal impresso nas mãos, para poder emoldurar e colocar aqui na parede do mafuá. Caymmy dizia que é "doce morrer no mar" e nós, os pobres mortais brasileiros, ultrajados a cada instante por cruéis e insanos golpistas, tínhamos um país tão doce diante de nós e hoje, em pouco mais de um ano, o paraíso da mediocridade sendo exposto de uma maneira avassaladora, doentia e perversa. ledo vocês irão entender do que vos falo. Eric é desses, considerados por mim como imprescindíveis. Que bom ainda termos alguns desses entre nós. dele, posso estar duro como agora neste momento, mas tendo algo dele numa livraria, deixo de almoçar e compro, só para desfrutar da saborosa e nutritiva leitura, uma a embalar a continuidade da lida, refresco para minha cansada e já surrada passagem por essa existência. Para por aqui de encher linguiça e deixo o link da leitura: https://www.pagina12.com.ar/42576-brasil-es-dulce-por-fuera-pero-muy-amargo-por-dentro


PRA QUEM RECLAMA QUE SÓ ESCREVO DE POLÍTICA:
Só em Copacabana, mais de 50 camisetas vendidas.

Lá vai um pouco de Camille Bertault, uma francesa que faz furor nas redes sociais e em solo brasileiro. Dia 2 estava no SESC Bom Retiro e hoje não se sabe. Começo o dia com ela "piripapando" no meu ouvido... Cliquem: https://www.youtube.com/watch?v=oFb0s_WdbyY


FILHO DO HENFIL E A MELHOR FRASE DAS RUAS NO DIRETAS DE COPACABANA:
Cliquem: http://farofafa.cartacapital.com.br/2017/06/02/eta-eta-eta-diretas/
Do evento na praia semana retrasada já li quase tudo a valer realmente a pena, mas algo mais precisa ser ressaltado. Ivan Cosenza de Souza é um dos filhos do cartunista Henfil e estava na praia vendendo camisetas com estampas do seu pai. Entrevistado pela matéria reproduzida aqui, no início daquela tarde e apontando para as janelas dos prédios privilegiados da praia de Copacabana deu o tom do visual: "Antes, o pessoal botava faixas de 'votei no Aécio' e 'Aécio 45'. Agora é só 'vende-se' e 'aluga-se'".


Precisa dizer mais nada.

HPA - Ainda crendo que um dia a ficha desses cairá, na sarjeta, presumo.

3 comentários:

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIO VIA FACEBOOK TAXI 1;

Pedro Valentim Benedito Fiz essa Denúncia a 2 anos no Ministério do Trabalho em Bauru e vergonhosamente engavetaram...Só que o Sindicato dos Taxistas terão que explicar também o porque da não aceitação das mulheres para serem taxistas(denúncia recebida), mesmo porque estou voltando para mudar o perfil no Conselho Municipal dos Usuários do Transporte Coletivo e Urbano de Bauru.

Henrique Perazzi de Aquino Mais 60 agora e para os mesmos. E os camelos lá trabalhando num Saara, sem encontrar o oásis. Se a EMDURB cai r nessa, vai ser de causa pensada e para ajudar os de sempre a explorar cada vez os terceirizados.

Pedro Valentim Benedito Com a palavra o vereador Benedito Meira.

Helena Aquino Ótimo Pedro Valentim Benedito. Pq não mulheres *

Pedro Valentim Benedito Vou fazer essa pergunta(através de Oficio) para o Sindicato dos Taxistas e para Emdurb...Uma cidadã passou para mim que foi se inscrever e lhe foi dito que não se aceita mulheres taxistas.

Gilberto Truijo DISCRIMINAÇÃO?

Cesar Melleiro Não moro mais em Bauru mas vi mulheres dirigindo ônibus circular aí na nossa terrinha.


Henrique Perazzi de Aquino Cesar Melleiro, para os tais sindicalistas deve existir. São banais...


Cristina Zanin Sant'Anna Tenho mais detalhes sobre o assunto , o assunto é muito sério , depois envio inbox


Renato Crepaldi Como em todos os segmentos, se faz necessário apurar a denuncia e punição, mas algo me diz que temos" poderosos" envolvidos em mais essa e com certeza alguém lucra com isso

Henrique Perazzi de Aquino Ou se quebra esse monopólio agora e se dá nomes aos bois ou ele cresce, viceja e tomará proporções de máfia. Vamos ver de que lado estarão direcionadas as decisões.

Renato Crepaldi Estamos atravessando um período de transição, o MP tem que entrar em cena e revolucionar está cidade. Porém Henrique Perazzi de Aquino, não acredito, nem os supermercados que estavam vendendo produtos vencidos tiveram os nomes divulgados, esperar o que? Pedro Valentim Benedito é preciso remexer essas podridões paradas e esquecidas

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK TAXI 2:

Juarez Scarelli O problema é que o discurso de cidadão honesto acaba quando dá para garantir uma ''boquinha'' a mais... Os bauruenses não estão de fora... Parece que sofremos de uma endemia de corrupção!

É sabido que não se pode existir a figura do frotista nesta concessão, porém temos duas situações, os ''frotistas'' que burlam a lei e depois vão na passeata contra a corrupção, é claro, para terem mais veículos correndo, e os motoristas, taxistas que aceitam o modelo imposto pelos frotistas.
Se todos os motoristas de frotistas saírem do emprego haverá mudança como só poderia ser, frotistas abandonando o setor e a prefeitura refazendo cadastros...
Alguém precisa se mexer, quem quer mudança, precisa mudar, já,

Abraços.

Henrique Perazzi de Aquino Saem e vão fazer oque, com contas a pagar. Todos são escravos de um sistema que os obriga a atuar dentro desta cruel engrenagem. Ninguém, hoje, na situação em que se encontram podem se dar ao luxo de parar e esperar meses por um solução que pode não ocorrer. Daí, se submetem...

Juarez Scarelli Opa, concordo, mas quando temos barreiras que não nos deixam ascender precisamos escolher, é triste, ruim e muito difícil, mas é o único jeito que funciona no modelo econômico que vivemos, modificando a relação oferta, demanda e intermediários.

Concordo com você, no atual momento, pode ser terrível mudar de tipo de emprego, mas quem quer um futuro diferente, precisa seguir um caminho diferendo do trilhado até então. A analogia que faço é a de que em países de alto padrão de vida, ninguém quer ser o lixeiro, o que faz a profissão lixeiro ser bem remunerada.

No ano passado fui obrigado a fazer escolha da mudança, não está sendo fácil nem prático, porém para o futuro era o melhor a ser feito.
Abraços, estou sempre lendo o que publica e sinceramente gosto muito, parabéns.



Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK TAXI 3:

Cristina Zanin Sant'Anna Cristina Zanin Sant'Anna Henrique, você sabe que não dirijo e na maioria das vezes só ando de táxi, conheço alguns taxistas que acabam conversando muito comigo. Não é de hoje, as denúncias que esse problema de concessões de placas, são terceirizadas ou foram transferidas sem licitação, portanto estão irregulares, é passada para pessoas que têm mais de uma placa, quando o correto seria ter apenas uma, se utilizam de laranjas, irmão, tio, vizinho, esposa etc. isso já faz muito tempo em Bauru. Entretanto, se existe essa “desorganização” ou melhor essa “máfia” é porque tem gente da EMDURB , prefeitura envolvida, é porque a fiscalização não está atuando. É um esquema ilegal de táxis que vem atuando em Bauru e no Brasil praticamente todo, faz muito tempo. Acaba gerando o monopólio das placas de táxis, omissão do núcleo municipal de transporte, descaso dos permissionários e transferências duvidosas. Levanta a lista com os donos dos alvarás de táxi concedidos pela Emdurb, e talvez vamos constatar que se concentram nas mãos de poucas pessoas.
Importante saber quem de fato recebeu originalmente os alvarás, se as concessões foram gratuitas e se houve negociação, com transferência de valores. Quem são os donos originais dos alvarás e descobrir como houve a mudança de dono, nos casos de transferência de titularidade. Há muito tempo existem indícios de favorecimento para concessão de alvarás e nunca, nem o chefe do Executivo, Legislativo, Ministério Público, Emdurb tomaram uma posição.
Isso fortalece as suspeitas de que determinados grupos estão monopolizando os serviços e impedindo que novas pessoas trabalhem no setor. Agora brigar para ter cooperativa de táxi e cair na mão de um dono, ou seja, dessas pessoas e grupos que monopolizam os serviços, é crime, é grave. Olha só, tem taxista que paga mensalmente 2.000 mil reais (ou mais de mensalidade) para esse explorador, tem que trabalhar muito e rodar muito pela cidade. Tem que propor uma CPI dos táxis, mas com coragem de acabar com esse monopólio, tem ponto de táxi sendo vendido por quase 200 mil reais, isso é um comércio ilícito. A sociedade de Bauru é hipócrita porque sabem disso faz muito tempo.