quarta-feira, 5 de abril de 2017

FRASES DE UM LIVRO LIDO (113)


“VIOLÊNCIA NO RELACIONAMENTO” QUANDO (NÃO) TRANSPORTADA PARA NOSSA REALIDADE - DNA PETISTA EM BAURU

“Em setembro de 1980, a maior colônia de chimpanzés em cativeiro consistia de quatro machos adultos e nove fêmeas, no Jardim Zoológico de Amsterdã, na Holanda. Eles compartilhavam uma ilha grande, eram muito bem tratados e tinham muita comida. Mesmo assim, porém, sua vida, estava longe de ser descontraída. Tal como ocorre com os chimpanzés em estado selvagem, os machos lutavam para ser o número um. Num ciclo que vinha durando pelo menos quatro anos, cada um dos três machos principais já tinha sido alfa pelo menos uma vez, e cada um deles tinha sido deposto depois que os outros dois se juntaram contra ele. As bravatas individuais eram importantes, bem como o apoio das fêmeas. Mas nada fazia tanta diferença quanto as alianças entre os três machos principais. Qualquer que fosse o alfa, nunca demorava muito para que os machos destituídos de poder estabelecessem amizade e o derrotassem. Um desses dois se tornava então o alfa, para ser, por sua vez, derrotado. Parecia um triângulo eterno”, primeiro parágrafo do capítulo ‘Violência no Relacionamento’, extraído do livro ‘O Macho Demoníaco – As origens da Agressividade Humana’, escrito por Richard Wrangham e Dale Peterson.

Eu viajo lendo isso e das proximidades todas a estabelecer com as relações humanas. Somos muito parecidos, diria, quase idênticos, nessas e em tantas outras atitudes. O espírito capitalista é exatamente esse, o de estar no topo, custe o que custar, conquistando o ápice sem medir esforços, alianças, acordos e quetais. Depois, quando lá, nova estratégia para por lá permanecer. Um ciclo doentio, febril, onde o império da sacanagem é o que vale no dia-a-dia. Só quem dele já fez parte pode dizer como realmente se processa. Triste, pois o ser humano não veio a este mundo para se prestar a um serviço dessa natureza assim de graça. Os que querem viver, levar a vida numa boa, usufruir das benesses todas coletivamente, esses padecem e são até perseguidos, pois entrar no esquema é o que conta. Viver (ou mesmo tentar viver) à margem disto, padecimento sem fim.

Escrevo isso como mera reflexão. Vivencio hoje uma disputa interna nas hostes petistas (ou o que sobraram dela) e penso nisso tudo. O pleito é nacional e envolve o comando da sigla para os próximos embates. Aqui em Bauru são três chapas para renovação do seu Diretório Municipal e no próximo domingo, dia 9/4, eleição das 9 às 17h, na Câmara Municipal de Bauru. Escolhi uma delas, uma postulando a bandeira da renovação, oxigenação e a volta do partido aos moldes de antanho. Em uma delas, triste constatar, um discurso “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Como posso pensar em reconstruir um partido dilacerado e com a mesma prática e nomes que, praticamente o destruíram? Não existe discurso que possa me ligar a esses. Sigo minha trilha, na calmaria, sem provocações acima de níveis toleráveis. Tenho um lema, copiado de uma letra de música do sambista Nei Lopes: “Fidelidade partidária é não fazer acordo com a parte contrária”. Tenho a consciência tranquila e escolhi o Núcleo de Base DNA Petista, chapa ‘Reconstruir o Partido com DNA Petista” como prosseguimento nesta última tentativa de tornar esse alvissareiro partido em algo realmente palatável.


Não vou me digladiar por isso e aquilo, já passei do tempo, da hora e da vitalidade (as pernas bambeiam e preciso cada vez mais de um bom barranco). Sei o que quero, tento não me afastar deste caminho e, mais que tudo, não consigo ficar contido em meu canto vendo a banda passar. O que vejo ocorrer no intestino do PT não difere de tudo o mais à minha volta. Não o critiquem por causa disto, pois essa luta por poder se faz em toda e qualquer instância onde exista possibilidade de alguém se tornar liderança. O exemplo dado, o dos chimpanzés é bem elucidativo. Nem precisaria dizer mais nada. Quem hoje não é poder, luta aliado a quem um dia foi e depois quando lá, a luta é para tirar o lá instalado e se aliando a quem antes era adversário e até inimigo. Já vi esse filme. Eu, que só quero ver esse partido ainda um dia voltar a vicejar, optei por algo onde permeia o jeito mais sensato de fazer política. Se não acreditasse ser possível uma reviravolta não teria colocado meu nome na chapa, pago anuidade e escrito isto tudo. Creio, acho difícil, mas insistir faz parte do negócio. Eu sou daquela espécie de chimpanzé na disputa, mas sem se envolver com a parte contrária para chegar lá. Os cônscios de seu papel nisto tudo enxergarão isso, se não hoje, um dia.

Colo abaixo um documento tirado ontem e hoje sendo enviado para militantes com algo do pensamento fomentado neste Núcleo de Base:


"Caros petistas bauruenses:
O PT surgiu da necessidade sentida dos trabalhadores em intervir na vida social e política para transformá-la.
Militantes que nunca abandonaram o partido sempre acreditaram ser ele o único em condições de estar junto dos trabalhadores. A mudança se dará dessa forma, com pessoas lutando pelo partido que tanto fez pelo país. A mudança se dará quando mais pessoas estiverem dispostas a participar agindo como o PT agia.
Domingo é o dia, 09/4, das 9 às 17h, na Câmara Municipal de Bauru, eleição para o Diretório Municipal.
Somos o Núcleo DNA Petista e não fazemos acordo com a parte contrária. O PT volta a ser grande e forte quando estivermos todos acreditando ser isso possível.
Será um prazer contar com você.
Petista não vota em golpista.
Reconstruir o Partido com DNA Petista – Bauru SP"
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