sábado, 4 de fevereiro de 2017

COMENDO PELAS BEIRADAS (34)


SENSITIVAS SENSIBILIDADES E, PORQUE NÃO, ATÉ GENGITIVAS

1.) "TÔ RELENDO BANDEIRA E ELA MACHADO DE ASSIS" - EU E MINHA MANA

Minha querida mana Helena Perazzi de Aquino veio almoçar em casa ontem e mal ela saiu me veio à mente de buscar uma música do Kleiton & Kledir que tocava exatamente nesses gostos diferenciados entre irmãos, vidas construídas meio juntas, mas cada um seguindo seus (des)caminhos. Encontrei o que queria com a música "Autorretrato", do CD do mesmo nome (Pandorga, 2009). Como é gostoso ouvir essa dupla nessas questiúnculas que eles sabem cantar muito bem, com um dando dizendo algo e outro desdizendo e indo por outra vertente. Botei na vitrolinha e fiquei a imaginar os gostos díspares que todos nós temos, mas nem por isso, temos que nos distanciar. E hoje, o que se vê pela rua é um ódio se alastrando só por causa de um mero pensar diferente. Eu e minha mana, temos ideias que batem maravilhosamente, outras nem tanto, mas quando estamos juntos, um tenta compreender o gosto e preferência do outro e nos damos sempre muito bem. E ligo o rádio do carro ainda agorinha mesmo, como sempre na Unesp Fm e a ouço novamente. Transmissão de pensamentos.

Ouçam e vejam a dupla gaúcha cantando e encantando nesse clip: https://www.youtube.com/watch?v=osL7qe0vBPc

Eu adoro essa música, adoro minha irmã e acredito que, ela também goste de mim, do Kleiton e também do Kledir.

2.) O TOMATISTA DE HOJE É O LETRISTA DA MARCHINHA DO BLOCO
Silvio Selva é desses a bater um bolão em variadas e múltiplas posições. Coringa declarado e juramentado. Lindo ver sua dedicação como iluminador do Teatro Municipal, o carinho como cuida da filhota e o trato apurado como produz peças de artes metálicas, grafites e, é claro, a letra anual de nossa marchinha carnavalesca, esse ano com o tema A CASA DA ENY AINDA É AQUI. Desde o primeiro ano com essa incumbência, todo janeiro chora, enche toalhas de lágrimas e bota a boca no trombone: "Esse o último ano". Diante de tanto clamor em seus ouvidos, vindo de todos os lados, jeitos e maneiras, segue até hoje e para o ano próximo já se comprometeu: "A ilustração da camiseta será minha". Por enquanto aufere os louros do sucesso do que acaba de produzir graciosamente para o burlesco, farsesco e algumas vezes carnavalesco bloco, o BAURU SEM TOMATE É MIXTO.

3.) COMO PODE UM SER HUMANO PREPARADO PARA ATENDER O PRÓXIMO PENSAR E ATUAR DESSA FORMA E JEITO?
E não nos esqueçamos (não me esqueço jamais), que o atual presidente da Unimed de Bauru, disse algo também com a mesma conotação ano passado, quando reafirmou a atitude de uma médica gaúcha que se recusava a atender os "vermelhos". Profissionais imbuídos dessa desumanidade parecem se proliferar no lado mais odiento despertado pelo Brasil golpista. Cliquem a seguir: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/quem-e-richam-faissal-medico-que-sugeriu-no-whatsapp-procedimento-para-matar-marisa-leticia-por-joaquim-de-carvalho/

4.) AS BOAS HISTÓRIAS PERMANECEM NO IMAGINÁRIO PARA TODO SEMPRE

Alguém aí do outro lado ainda se lembra dessa?
Já foram feitos filmes, documentários, músicas e a imaginação continua voando, tudo baseado no conteúdo das tais latas.
Conte a sua, viaje conosco, não necessariamente sob o efeito da cannabis, mas da sua cabeça.
HPA, latista sem lata e que nem é fumante. Leiam Nirlando Beirão, um dos últimos escrevinhadores líricos desse país: http://www.cartacapital.com.br/revista/936/maconha-a-felicidade-enlatada

5.) IARA SALLES, UMA PROFESSORA NA ENCRUZILHADA DA PROFISSÃO
Gostoso demais da conta é você sair de casa, adentrar um espaço de terminal bancário e quando já na calçada, olhando ainda seu frio e calculista extrato ser abordado por uma pessoa que, primeiro te diz conhecer, mas você não reconhece. Depois diz mais, que além de te conhecer te lê e gosta dos seus escritos. Daí, impossível não parar, esquecer as agruras do dia a dia e trocar umas palavrinhas ao sabor do vento, ambos plantados numa rua qualquer desta cidade e, por fim, melhor que tudo, descobrir imensas afinidades. Dessa forma e jeito, com belas trombadas, a maioria sem querer, sem possuir data e hora para acontecer, a vida flui e vamos encontrando sentido para tudo o mais que vier pela frente.

IARA SALLES é professora da rede estadual de ensino e do alto dos seus 46 anos, moradora do Jardim Bela Vista, lá perto do colégio Santa Terezinha, sabe das agruras que virão daqui por diante na profissão escolhida para ser a sua. Formada pela Unesp Bauru, essa profissional da área de Comunicação, dá aulas numa das escolas lá do parque Jaraguá e não reclama do que faz. Se algo sai de sua boca em forma de reclamação se deve, primeiro nessa época do ano, na construção de como se dá a formatação do calendário escolar, a atribuição de aulas dada a uns e outros. Esse o padecimento de toda uma categoria, cada vez mais desprestigiada. Isso não é motivo para não vê-la com um baita sorriso nos lábios, ainda acreditando em algo transformador, mesmo ciente das agruras desse novo momento e de sua insanidade já instalada sobre todos nós, principalmente sob a cabeça dos professores na rede pública. É dessas disposta a conversar, dialogar, buscar soluções, encontrar saídas, juntar forças. Bom demais ir se deparando nos encontros pelas esquinas da vida com gente como a gente, pulsando e sem esmorecer, todos apreensivos, mas sem largar o bastão e a vontade de continuar indo à luta. A conheci em poucos minutos de papo numa calçada no centro da cidade e na conversa de não mais que cinco minutos saiu esse texto, homenagem a todos os professores retornando às suas atividades por esses dias. Como é gostoso conversar com professores cheios de luz.

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