sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

COMENDO PELAS BEIRADAS (32)


UM DESABAFO COM UM CORONEL NO PODER – NEM MENÇÃO DOS SEUS TEMPOS DE REPRESSÃO
Não consigo me manter no estado normal diante de uma entrevista que assisto assim sem querer na TV. Ela me provoca calafrios. Foi na TV Preve e nela o entrevistador de sempre, dono da tal TV, chapa branca quando o assunto são a defesa dos interesses neoliberais e cravar a faca no peito do povo trabalhador, Duda Trevisani. O que faz esse senhor, até as pedras do reino mineral sabem não é jornalismo. Ali um imenso balcão de amplas negociações, ele mesmo um dono de uma escola e nos microfones a defesa de seu patrimônio, dos seus e apoiando esse cruel golpe cravando uma estaca no peito do povo desde o primeiro ato temerista. Duda paparica quem concorda com seus argumentos. Quem ameaça se contrapor ao que cuspe no microfone, ele se altera. Lembro até hoje de uma entrevista com Tidei de Lima e ao constatar ser ele contra o golpe, pronto, só faltou pular em seu pescoço. Mas quando bate a empatia, uma troca de acarinhamentos sem fim. Algo vergonhoso a me fazer vomitar no chão da sala.

Escrevo disso aqui: http://www.tvpreve.com.br/base.asp…. Trata-se de uma entrevista dele, o Trump local, Duda com um coronel, hoje presidente da EMDURB, ELIZEU ECLAIR. A carreira toda desse senhor foi dentro da Polícia Militar. Nada contra ninguém seguir carreira dentro dessa corporação. Trabalhou com Serra, Pedro Tobias, Kassab e Alckmin. Querem mais? Abomino isso dessa subserviência dos jornalistas, não demonstrarem educação, mas uma espécie de medo, receio ao tratá-lo de CORONEL ECLAIR. Ninguém chama ninguém de Professor Henrique ou mesmo, Pedreiro João. Para alguém com hierarquia militar existe essa abominação. Sim, o que abomino é ter sido o algoz de muitas lutas populares, ter autorizado a descer a ripa nos costados do povo paulista, principalmente o trabalhador, o homem do campo, o a defender os movimentos sociais e populares e agora, todo pimpão e sorridente, 62 anos nos costados, assume um posto importante no serviço público bauruense e esquece, passa um apagador em cima de tudo o que fez.

Queria ver uma entrevista dele comentando sobre as decisões palacianas entre ele e Serra, a de brindar tucanos e desdizer do trabalhador. Lindo ver a forma superficial como trata a catástrofe ocorrida com a cidade. A entrevista é bem explícita nesse sentido. Um horror tentar imaginar a forma nada sensível como tratou com os clamores do povo mais simples, o que confrontava com os ditames do governo tucano paulista. Eu adoro ver essas pessoas falando, como tem resposta para tudo, como solucionam tão facilmente tudo á sua volta, como o fazem maravilhosamente excluindo os anseios populares. Inesquecível a lembrança que tenho desse mesmo senhor confirmando que o governador Alckmin teve sim conversas conciliatórias com o comando do PCC. Fizeram ou não um acordo? A Polícia Militar foi acusada sob seu comando de exagerar nos confrontos contra os criminosos e matar pessoas inocentes. Mais de 100 pessoas foram mortas em poucos dias e a ocasião foi comparada ao massacre do Carandiru. Ninguém lhe pergunta nada mais disso.

Transparência é não esquecer jamais tudo aquilo. Assisto a entrevista e me encolho no sofá. Tento me esconder detrás de uma almofada. Me cago com esses de fala empoada, alegres e comunicativos quando diante das câmeras e um perigo quando longe delas. Temo pelo que teremos. Torço para que, não se repita na autarquia bauruense o que ele diz ter sido uma espécie de missão implantada na corporação paulista. Bauru não é uma corporação, a EMDURB não é um pelotão a cumprir ordens sem contestação e os munícipes não merecem ser tratados com a borduna na mão. Eu não consigo deixar de ficar com um pé atrás com o Eclair. 2004, 2005 e 2006 são ainda para mim inesquecíveis. Veremos o que teremos pela frente a partir deste 2017. O acinte eu percebo e a entrevista reforça isso, vale só para os adversários, nunca para os que estão do seu lado. Enfim, rir do PT sendo do PSDB, para mim é pura hipocrisia.

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