sábado, 30 de abril de 2016

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (25)


1.) UMA HISTORINHA LATINA ANTES DE DORMIR
Já estava quase dormindo, mas tive que voltar e deixar aqui registrado algo que ouvi hoje a tarde lá na descida em silêncio do bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco Bauru Sem Tomate é Mixto no Calçadão da Batista, resistindo contra o golpe e a favor da democracia. Pois bem, contávamos historias uns para os outros, quando ouço uma bem sintomática dos tempos atuais brasileiros. Um casal de colombianos decide vender tudo o que tem, reúne toda a grana que possuem e optam por sair da Colômbia, diante de tantas incertezas e uma eterna luta, onde milicianos dominam certas regiões do país. Compram um imóvel no Brasil, imediações de Bauru e por aqui tentam recomeçar a vida. Passado algum tempo e hoje diante da iminência do golpe em vias de ser consumado, eles estão vivendo uma situação dessas de no mato e sem cachorro. O diálogo me foi relatado por quem descrevia a história: "Vieram aqui em busca de paz e encontraram um país às voltas com um Golpe e com retrocessos batendo na porta, principalmente para a classe trabalhadora. Gastaram tudo na vinda e agora, a Colômbia está prestes a fechar acordo em Cuba pelo fim da instabilidade no campo e eles aqui, num país que será dominado por golpistas, desses que como primeira medida vão restringir as leis trabalhistas. Querem voltar, mas tudo ficou mais difícil". Triste sina. A dica é essa: uma vez morando aqui se engajem na luta dos que resistem à chegada dos cruéis e insanos golpistas. O país ainda pode ser salvo, mas será inevitável alguma luta.

Pronto, contei, agora já posso dormir o sono dos justos.

2.) UMA SEGUNDA HISTORINHA LATINA ANTES DE DORMIR
Após seis anos de idas ininterruptas para Buenos Aires, sempre entre julho e agosto de cada ano, sempre para acompanhar Ana Bia Andrade no Congreso de Diseño em Palermo, eu mesmo já apresentando trabalhos acadêmicos, algo que muito me apetece é ir conhecendo mais e mais argentinos, gente, dessas inesquecíveis. A cada ano o rol crescer e muito. Primeiro foi o querido Victor Tomate Ávalos Perfil Lleno, que conheci aqui e mora em Tigres, um cidadão do mundo. Depois, o mago das tiras diárias do jornal Página 12, Miguel Rep, que entrevistei em seu estúdio para uma matéria em Carta Capital. Dei até entrevista numa rádio falando sobre a especialidade de um locutor platino entendido em MPB. Inesquecível a viagem feita com o Marcão só para ver o Hugo Chávez no Ferrocarril, que também virou artigo para Carta Capital. Conheci outros tantos e esse ano estou muito ansioso para travar conhecimento com uma admirável militante das causas sociais daquele país, uma digna senhora, envolvidíssima na resistência contra esse (des)Governo "basura" (lixo em castelhano) de Maurício Macri, Lili Lamborghini, esse seu nome. Participo junto com ela de um grupo de debates em defesa de um dos locutores de rádio íntegros daquele país, dos que atuam em cima da verdade factual dos fatos, Victor Hugo Morales (que conheci pessoalmente ano passado, comprei seu livro). No grupo de debates uma rara possibilidade de ir travando diálogo com muitos militantes argentinos, conhecer um pouco mais da realidade do país hermano e, o melhor de tudo, ir tendo a possibilidade de me aproximar de gente envolvida com as causas sociais. Dela já recebi um convite, prontamente aceito: em julho, quando retorno lá, irá me levar para diferentes manifestações e bairros populares na capital argentina e confesso, conto nos dedos a chegada desse dia, para ter mais essa inenarrável experiência de vida. A querida Lili não imagina a ansiedade do gajo aqui em busca de desvendar um bocadinho mais de lugares nunca dante imaginados naquela cidade que muito já admiro e amo. Me aguarde, Lili. E como a realidade deles não difere muito da nossa, muito do que recebo deles todos vou juntando e percebendo o quanto temos de similaridades. Hoje, a bestialidade que ocorre aqui, se dá da mesma forma por lá. E é lindo ver os resistentes de ambos os países se unindo pela mesma causa.

3.) UMA ÚLTIMA HISTORINHA LATINA E ESSA LOGO AO ACORDAR
Acordo nesse domingo, dia 1º de Maio, dia do Trabalho e do Trabalhador, algo para ser não comemorado, mas para irmos pras ruas em concentração e tentarmos entender o que estão querendo fazer desse país. Nem o povo trabalhador ainda sacou de vez o baú de maldades que está por detrás desse novo (des)Governo Temer/Cunha prontinho para nos danar e o que virá pela frente. São tantas coisas ainda tão mal explicadas e essa mídia batendo numa tecla que nada tem a ver de fato com a malversação do país, que ela mesmo está patrocinando. Escrevo isso, logo ao acordar e me lembro de uma colega acadêmica, ela equatoriana e que conheci aqui em Bauru recentemente na Unesp, no Congresso Red Inav, realizado semanas atrás e reunindo estudantes e professores de boa parte dessa América Latina. Ela, veio apresentar um trabalho sobre o cinema de seu país e numa roda de bate papo, conversa informal, nos dizia sobre essas manifestações do povo brasileiro todo vestido de verde-amarelo nas ruas, como se estivesse em festa, fazendo selfie com aqueles que em outros momentos reprimem o verdadeiro povo em luta e em busca de conquistas sociais, reivindicações. Ela não entendia direito as contradições das duas situações e nos perguntava sobre como pode parte desse mesmo povo, se dizer contra a corrupção, mas claramente defendendo seus privilégios, promovendo não um ato de protesto, mas uma festa onde ressalta em cada uma delas nossas atávicas diferenças. No meio da conversa deixa uma pergunta no ar, de alguém que havia chegado ao país naquele momento, estava de passagem e perguntava aos novos amigos brasileiros: "De quando em quando esse pessoal faz festa assim?". Ela havia sacado algo desse momento brasileiro e só de observar a distância. Achei lindo a observação e a constatação feita por uma estrangeira, guardei ela até hoje, quando ao me recordar do diálogo, tento sua reprodução para ampliar o necessário e justo debate sobre o que temos, queremos e podemos fazer com esse nosso país. Eu sempre me espanto com esse "olhar estrangeiro" sobre nós, ainda mais quando nos enxergam maravilhamente e nos entendem só no olhar. Por fim, recomendo o filme da Murat, o "Olhar Estrangeiro". Conhecem? Não sabem o que estão perdendo.

ALFINETADA (144)


MEUS TEXTOS NO ALFINETE - OS PRIMEIROS DE 2004

Hoje a reprodução dos seis primeiros publicados no ano de 2004:

Edição 252 - nº 182 - Minhas frases de 2003 - 03/01/2004
Edição 253 - nº 183 - O passado e o presente numa fila de banco - 10/10/2004
Edição 254 - nº 184 - Nomes numa lista de telefones - 17/01/2004
Edição 255 - nº 185 - Onde circulo pela Sampa nesses 450 anos - 24/01/2004
Edição 256 - nº 186 - Ainda é possível sair desse ciclo neoliberal? - 31/01/2004
Edição 257 - nº 187 - Caçando roedores urbanos - 07/02/2004


No mês que vem tem mais. Até lá.
HPA

sexta-feira, 29 de abril de 2016

COMENDO PELAS BEIRADAS (17)


DUAS CONVOCAÇÕES PARA O MESMO ATO


1.) EU QUERO BOTAR MEU BLOCO NA RUA PELA DEMOCRACIA
Sábado, 11h descendo o Calçadão, desde Praça Rui Barbosa até Praça Machado de Mello

Tragam cartazes, faixas, ideias, desejos, vontades, falas, pessoas, muitas pessoas e venha pronto para protestar, cantar, desdizer das bestialidades desses que afrontam a democracia vigente, pregam abertamente um golpe em curso e querendo infelicitar o país.


Vamos disponibilizar cartolinas, papéis, papelões, para a criação individual ou coletiva de CARTAZES. A concentração se dará a partir das 10h e por voltas das 11h, desceremos ao Calçadão, batendo bumbo, rufando tambores, soprando instrumentos, fazendo barulho, cantando e gritando em voz alta.

Venha de onde vier, venho como quiser, venham todos e todas, isso é o mais importante e se junte ao BAURU SEM TOMATE É MIXTO e dessa forma, num grande congraçamento demonstre seu descontentamento com o que ocorre em Bauru, São Paulo e Brasil.

Esse é o momento, amanhã já será tarde demais.

Bote o seu bloco na rua junto dessa turma de resistentes.

Portanto, SÁBADO É DIA DE DEFENDER A DEMOCRACIA, CONTRA A QUEBRA DA RUPTURA GOLPISTA E DE RESISTIR DESCENDO O CALÇADÃO. Botando o bloco na rua cabem todas as cores do arco íris, composições múltiplas, diversas, espontâneas, esbravejando contra a intolerância, o conservadorismo, o racismo, o retrocesso, o atraso, os golpistas, os defensores do bolsonarismo e de um país piorado e que, certamente, perseguirá os movimentos sociais e colocará fim nos avanços e conquistas sociais tão duramente conquistadas esses anos todos.

Espalhem essa ideia, compartilhem, passem adiante e até lá.
Sábado é dia de fazer barulho na rua e você não vai ficar em casa, vai??????????

BAURU SEM TOMATE É MIXTO e tudo o mais...


2.) AMANHÃ É O DIA DOS RESISTENTES DE BAURU DESCER A BATISTA A FAVOR DA DEMOCRACIA E CONTRA O GOLPE:
Estava nos altos do PVA - Parque Vista Alegre e lá na Moussa Tobias, uma loja de conveniência de bebidas me chama a atenção com algo escrito a giz na sua porta: "A República da Esculhambação BURGUESA 1,99". A propaganda é da marca de cerveja Burguesa, mas embutida nela a estocada na esculhambação do país, não a atual, mas a dos que estão tentando dar um cabo na DEMOCRACIA e GOLPEAR as instituições, promovendo a entrada de um ilegítimo Governo. E Bauru vai ficar quieto diante disso?


Bauru vai para as ruas amanhã. A concentração convocada pelo pessoal do bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco BAURU SEM TOMATE É MIXTO ocorrerá amanhã cedo, 30/4,sábado, a partir das 10h na praça Rui Barbosa, com descida prevista para as 11h, entoando tudo o que vier na telha dos que fizerem uso do microfone e esculhambando com os que estão investindo contra a Democracia e a favor do Golpe Temer/Cunha. Citaremos o nome dos vereadores golpistas de Bauru em voz bem alta e da punhalada que fazem contra os trabalhadores.

Leiam isso: "O golpe do impeachment abre a porta para o golpe na legislação trabalhista, primeiro e constante anseio da maioria dos empresários; abre igualmente a porta para o ataque maciço á gestão nacional do pré-sal. No mesmo pacote vem ameaças ao ensino público e ao Sistema Unificado de Saúde, objeto dos privatistas mais calorados. Tudo bem combinado com o ideal de uma política externa subserviente aos planos hegemônicos norte-americanos. Enfim, cuidado!", escreve ALFREDO BOSI.

VAMOS NOS UNIR CONTRA OS QUE ESTÃO QUERENDO VER O PAÍS ANDANDO PARA TRÁS. Temer já declarou que Lula e Dilma fizeram um Governo para os trabalhadores e,segundo ele, está na hora de fazer um governo para os empresários. É contra esse estado de coisas que Bauru e o país está se levantando.

Vamos pra rua! Podemos contar contigo. O BAURU SEM TOMATE É MIXTO conclama tudo, todas e todas para juntos, unindo forças gritar bem alto e deixar bem claro que a DEMOCRACIA precisa prevalecer.

Venha com alguma das camisetas do bloco ou qualquer outra. Estaremos montando cartazes no local para todos descerem paramentados.

É AMANHÃ E SUA PRESENÇA SERÁ DEAS MAIS IMPORTANTES...

quinta-feira, 28 de abril de 2016

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (86)


UMA FOTO NÃO É SÓ UMA FOTO...
Esse aprendizado diário de observar uma foto e enxergar o que está além dela é o que me move nessas descobertas e redescobertas mestradinas. Agora olho tudo o que venha desse lado dos despossuídos brasileiros e latinos, quiçá mundiais, antes denominados por mim de invisíveis e hoje, os entendendo como IGNORADOS e faço uma outra análise pouco diferente da que fazia até bem pouco tempo. Estou buscando uma fundamentação melhor nisso tudo, mas ao analisar essa foto tirada ainda coisa de duas horas atrás na rua Antonio Alves, esquina com os trilhos férreos, enxergo muito mais do que um mero carrinho de catador de papel da rua.

Quando vejo uma foto dessas publicada num jornal, em destaque, não só pelo penduricalho a ela juntado como adereço por seu proprietário,enxergo ali que ele pedia para ser observado. Ele não é escolhido como pauta, mas se mostra diferente dos demais exatamente com esse intuito, o de ser visto, enxergado e a partir daí, não só focado, mas espalhado, ter algo de si revelado, exposto, passado adiante. O muro da Faneco ali na Falcão a mesma coisa. Ela não escreve no muro só para ser vista, mas para sabendo que, fazendo algo diferente, será vista com maior facilidade e lhe darão atenção. Ele criou a notícia. O cara que anda com vinte cachorros na rua a mesma coisa. Ando envolvido nessas questões.

Beltran, um comunicador como poucos, criador da Folkcomunicação (olha aí gente da Rede Folkcom), me explica muito disso. Ele escreve maravilhas sobre algo das pessoas mais simples, populares, ditas comuns e a maneira encontrada por elas para ser vista. O que esses fazem para deixarem de ser invisíveis e ignorados. Até bem pouco tempo pensava que a mídia pautava eles, mas hoje entendo ocorrer o contrário. São eles que pautam a mídia com o diferencial apresentado e se viram notícia pelo inusitado foi algo premeditado. É lindo observar essas questões pelo outro lado da questão, o de que o CIDADÃO É QUEM CRIA O MOVIMENTO. Ele é a própria notícia, ela a cria e também dá aquela forçadinha de barra para ser enxergado e, apartir daí a mídia irá retratá-lo.

Com esse carrinho na rua pensei exatamente isso. Parei para fotografá-lo e se o fiz, se achei exótico o que vi, ele me chamou a atenção porque queria, pelo artifício ali criado, pelo processo estabelecido chamar a minha atenção e a de tantos outros. Chamou, parei e estou a escrever dele. Esse meu novo encantamento e dele extrairei frutos e mais frutos. A história desse senhor do carrinho tem aquele algo mais e vai muito além do que estou vendo, mas o que estou vendo me fez parar, especular, assuntar, rodear e ir de encontro a ele. Fui e ando me envolvendo mais e mais em suas histórias de vida, histórias que me são propostas por eles e não o contrário. Depois conto mais...

HPA

quarta-feira, 27 de abril de 2016

FRASES DE UM LIVRO LIDO (102)


HOSPITAL, ASSISTO CAPÍTULO DE “VELHO CHICO” E ENXERGO NAS MALDADES DO PERSONAGEM DO FAGUNDES A CARA DA GLOBO

Estou aqui dentro de um quarto de hospital na noite de terça, 26/04 acompanhando meu velho e bom pai, 87 anos. Dou-lhe comida na boca, ele debilitado. Sorri de contentamento e depois dorme o sono dos justos. Vez ou outra acorda e assim do nada, sob efeito dos remédios me diz: “Não dormi um só segundo a noite passada”. Consinto e não discuto. A noite passada era eu quem estava também ao seu lado e o vi dormir quase toda, como perfeito anjo, mas se me diz não ter dormido, quem sou eu para querer discordar. Nem tento. Quem não dorme sou eu. Até quero, estou um caco, mas insisto em algo que vinha adiando já faz um bom tempo. Tinha intenção de assistir ao menos um capítulo dessa nova novela da TV Globo, a “Velho Chico”. Obra grandiosa, da afiada verve do excelente profissional que é o diretor Luiz Fernando de Carvalho, levando o recurso cinematográfico para dentro da sala do telespectador (no meu caso, um quarto de hospital). O sujeito é muito bom, tenho que reconhecer isso, as imagens meio opacas são magistrais vistas da telinha, me sinto assistindo a um filme de cinema fantástico, estilo surreal. E não é isso mesmo o que vejo ali diante dos meus olhos?

E o que vejo me faz refletir. Como será possível a mesma TV Globo, que momentos antes apresentou (e reapresenta toda santa noite) aquele show de horrores que é o seu jornalismo, o Jornal Nacional, cada vez mais usurpando a verdade dos fatos, escamoteando a verdade, tudo para fazer valer a sua mentirosa interpretação dos fatos, uma que venha de encontro aos seus interesses, que não são os do país, poder produzir algo dessa magnitude? E o país engole o ruim e o bom, tudo devidamente embalado poara consumo. Eu não consigo digerir, engasgo e cuspo fora toda vez que me deparo com o Bonner falando. Como consegue logo na sequência jogar na telinha algo tão belo e sutil como essa novela? Vejo ali o quanto alguns poderosos conseguem elevar o tom do seu mando à surrealidade. É o que faz o personagem interpretado brilhantemente pelo Antonio Fagundes, um coronel dos cafundós do Brasil, representando nosso atávico atraso. No fundo, sem tirar nem por, vejo no personagem a própria cara da Rede Globo de Televisão, com sua prepotência, arrogância e rabugice. É o próprio mal na sua mais próxima versão do que de fato acontece quando ela, a Globo tenta modelar o país aos seus interesses e negócios. O que vejo parece a Macondo do Gabriel Garcia Marquez. O tal do coronel, ou seja, a própria TV Globo está no meio de alguns embates com líderes de uma organizada associação popular rural, no caso, esses hoje nas ruas e lutas resistindo ao baú de maldades patrocinado por ela e fazendo força para que continuemos no atraso e no retrocesso.

A TV Globo retrata nessa telenovela a eterna luta do bem contra o mal, ou seja, o mal que ela hoje propicia ao país contrariando o que uma nação inteira de fato necessita. Meu pai dormiu o capítulo inteiro e, dessa forma, me propicia, eu ali sentado num sofá de um quarto de hospital, assistir um capítulo inteiro da trama. Termino a mesma assombrado com o que vejo. Será que a bela metáfora sugerida pelo autor, nessa tão expressiva representação de linguagem cinematográfica não incomoda os mandarins da emissora? É deles que autor trata, não pode ser de outros. Será que eles não se enxergam encarnados ali na trama? Claro que sim, pois de bobos não tem nada. Ninguém me tira da cabeça que, na sutileza do Luiz Fernando de Carvalho uma estocada bem dada, dessas com luva de pelica, com requintes de crueldade, pois fere a própria pele. Em tudo na novela a retratação pura e simples do baú de maldades que a Globo faz com a verdade dos fatos. Isso me fez, logo a seguir, dormir o sono dos justos, com meu pai ali na cama no centro do quarto e eu, deitado de lado, encurvado num pequeno sofá, com os pés para fora, velando pelo sono dele e envolto em meus diletantes pensamentos. Durmo e sonho com a belezura que o Luiz Fernando deve estar fazendo com as perturbadoras e inquietantes ilações com a família Marinho e isso muito me conforta.


UM TRECHO DO CLÁSSICO “HISTÓRIA DA IMPRENSA NO BRASIL”, DO NELSON WERNECK SODRÉ (1911/1999)
Comprei esse livro muito tempo depois do seu lançamento (3ª edição é de 1983), mais exatamente no ano de 2007, no Sebo Literário aqui de Bauru e quando lá estava na companhia de dois diletos amigos, o professor, cartunista e escritor Gilberto Maringoni e do militar reformado e eterno militante de nossas esquerdas Darci Rodrigues. Sempre dou aquela folheada e de partes em partes acredito que já o tenha lido inteiro algumas vezes. Dessa feita mais uma, agora por causa do mestrado em Comunicação. Quero me ater em TRÊS momentos, com citações a ilustrar bem o papel da imprensa brasileiro num todo. Werneck não doura a pílula, vai na veia (não na veia, viu!). Sintam o poder de suas afirmações, com profundo conhecimento de causa, breve histórico do papel e do que é de fato a nossa imprensa, após análise detalhada, estudo minucioso feito durante décadas, depois resultando nesse livro, um verdadeiro clássico sobre o tema:

Da introdução: “A história da imprensa é a própria história do desenvolvimento da sociedade capitalista. (...) Há, ainda, um traço ostensivo, que comprova a estreita ligação entre o desenvolvimento da imprensa e o desenvolvimento da sociedade capitalista, aquele acompanhando a este numa ligação dialética e não simplesmente mecânica. (...) ...a imprensa tem sido governada, em suas operações, pelas regras gerais da ordem capitalista. (...) A grande imprensa capitalista compreendeu, também, que é possível orientar a opinião através do fluxo de notícias. (...) é talvez interessante salientar, por último, que este trabalho pretende também contribuir para a compreensão do óbvio, isto é, de que só existe imprensa livre quando o povo é livre; imprensa independente, em nação independente – e não há nação verdadeiramente independente em que o seu povo não seja livre”.

A Imprensa Burguesa: “É fácil constatar o poder de que dispõem as empresas que lidam com o jornal, a revista, o rádio, a televisão. A época é das grandes corporações que manipulam a opinião, conduzem as preferências, mobilizam os sentimentos. Campanhas gigantescas, preparadas meticulosamente, arrasam reputações, impõem notoriedades, derrubam governos. A concentração, implacavelmente, reduziu as possibilidades de multiplicação de jornais, como das emissoras de rádio e de televisão. (...) No Brasil, desapareceu a pequena imprensa; só a grande existe. Não há novos jornais; o que há, e raramente, é a compra dos já existentes; o que acontece, na normalidade dos casos, nem é compra do jornal, mas de sua opinião. (...) A importância da maioria das empresas jornalísticas deriva do fato de terem sido herdadas: os seus proprietários atuais não teriam também a mínima possibilidade de montá-las hoje, por investimento. Convém examinar de perto, na intimidade, essas singulares empresas, esses colossos de pés de barro”.

A Crise da Imprensa: “O jornal é menos livre quanto maior como empresa. O escândalo da infiltração de capitais estrangeiros em nossa imprensa carece de si mesmo de significação se não for inserido no longo e tortuoso processo de desnacionalização a que estamos sendo submetidos – é simples aspecto da crise da imprensa aqui. E só poderá ser claramente entendido quando situado no amplo quadro em que o imperialismo desenvolve as suas ações – como aspecto parcial e setorial delas, numa fase em que se sente obrigado a complementar o controle indireto da imprensa dos países dependentes com a montagem, neles, de sua própria imprensa”.

Sacaram? E olhem a atualidade, levando em conta que a primeira edição saiu publicada no já distante ano de 1983, portanto, 33 anos atrás.

terça-feira, 26 de abril de 2016

CARTAS (157)


LIÇÕES TIRADAS DA VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT*

* Carta da lavra e responsabilidade deste HPA, publicada na Tribuna do Leitor, edição de hoje do Jornal da Cidade - Bauru SP.

Se o PT errou, como de fato errou, todos erraram, sem tirar nem por e continuam a fazê-lo. O cenário é de tristeza. Muita desesperança diante do futuro. Que as forças conservadoras avançaram e souberam ocupar espaços no mundo de hoje, algo inegável. Essa direita nas ruas imagina que o Brasil é o próprio Estados Unidos. Só que não se entendem nem entre eles próprios. Enfim, são liberais ou autoritários? Que civilização pretendem para o Brasil? Esse ódio exposto nas ruas já passou dos limites do sadismo. Batem panelas porque não podem bater no inimigo. E o que ganham com isso? Um país piorado, só isso, nada mais.

Foi muito duro e difícil chegar até aqui e uma vez aqui, ao olhar lá para trás e ver tudo o que foi tão duramente conquistado e de como está sendo tão facilmente jogado na lata do lixo, uma constatação: recuar nunca, resistir é preciso. Juntar os ainda com bom senso, os que vislumbram uma possibilidade de união em busca da permanência de um país soberano, livre, altaneiro e sempre democrático. Mesmo na divergência de ideias e opiniões, se faz necessário dar um breque nessa arenga do Fla-Flu, pois o país num todo já perdeu muito com tudo isso, mas pode perder mais e as consequências disso serão o caos. A reconquista será muito mais dolorosa e levará muito mais tempo.

A ficha está caindo para muitos dos que estiveram envolvidos nesse brutal e inconsequente pedido de impeachment. O que está por vir já se mostra muito pior do que o que temos hoje. E por que regredir, qual o sentido disso? Por que, entre tantos erros e acertos, não valorizar esse Brasil que já foi modelo no exterior, respeitou a democracia, possibilitou a liberdade de expressão e criou os meios de investigação existentes e vigentes? Continuar incentivando a ruptura institucional como algo normal será de um prejuízo irreversível. Os sensatos não podem permanecer mais calados e nem indiferentes. A crise política em curso já gerou algo nada progressista e sim, muito conservador.

Esse momento pós-votação no Congresso, quando o país conheceu de fato quem são seus congressistas, como agem, está fazendo um bem danado para todos os do lado de cá. Nas reflexões que tenho acompanhado, poucos ainda incentivam essa aventura de Temer e o PMDB à frente de um Governo sem nenhum reconhecimento (até os tucanos já caíram fora). Perceba isso nas aprovações que virão pela frente no próprio Congresso. Com o Governo do PT ocorreu o atendimento de interesses econômicos, mas ao menos, temos que reconhecer, souberam trabalhar com a sociedade e dialogar. Se o PMDB chegar ao poder, passará como um trator por tudo e todos. Não haverá mais nenhum chance de dialogar e aí será tarde demais para reclamar, eles já estarão lá. Pensemos bem enquanto existe tempo para reverter a bobagem em andamento. E depois, se
algo descontenta o país hoje, na próxima eleição outra chance de alterar isso, nunca pela via da quebra institucional, ou seja, pelo golpe.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

RETRATOS DE BAURU (185)


FERROVIÁRIO HELENO E ALGO DA VIDA DE UM SIMPLÃO BOM DE REMO
Ontem recebi mais um lição de meu pai, a quem peço permissão a todos e todas para descrever em poucas linhas, num desses personagens, pois o considero o meu lado B inspirador de todos os outros. Ele adoentado, deitado numa cama de hospital, medicado, com soro na veias, voz embargada, olha para o enfermeiro que o atende e diz em voz baixa me apontando: “Aquele é meu filho. Tô vendo que não tem cama para ele dormir. Te peço, deixe ele dormir comigo, eu fico num canto da cama e ele noutro”. O enfermeiro, depois de ter conversado com ele, vem me dizer que isso tudo quase o fez chorar, por buscar lá no fundo de sua memória lembranças de um pai, que no seu caso, não foi presente e dele nunca ouviria algo assim. Esse velhinho me surpreende a cada novo instante de sua vida.

HELENO CARDOSO DE AQUINO nasceu em 1928 e está prestes a completar 87 anos de idade. Nasceu em Agudos, mas sua vida inteira foi aqui em Bauru. Morou pela primeira vez na cidade lá pelas bancas da Popular Ipiranga e depois, quando veio a se casar com Eni Perazzi de Aquino, vendeu um pequeno sitinho lá pelas bandas da ponte do Cedro e comprou uma casa na beirada do rio Bauru, onde mora até hoje. Foi ferroviário uma vida inteira, tendo trabalhado inclusive num ramal não mais existente, entre Dois Córregos e Barra Bonita. Um de seus quatro (dois homens e duas mulheres, todos nascidos de dois em dois anos) filhos nasceu numa dessas estações, Mineiros do Tietê. Foi chefe de estação da Cia Paulista em diversas localidades e até hoje guarda dobrado um uniforme todo azul marinho, com quepe e tudo. Tem o maior orgulho da ferrovia, tendo se aposentado atuando no guichê central da famosa Estação da NOB, isso há mais de trinta anos atrás. Deu aulas de OSBP, Filosofia e de outra especialidade, a de Contador, aqui e em cidades vizinhas. Certa feita concorreu a vereador, mas pela inexpressiva votação nunca mais se meteu em política. Fez um trabalho de formiguinha, desses não mais possível hoje, quando com o salário da ferrovia, mais os bicos que sempre fez foi adquirindo bens, um para cada filho, seu maior orgulho. Perdeu a esposa anos atrás e não quer sair da casa onde criou todos os filhos. Permanece nela, ao lado de um dos filhos, um mafuento, que lá criou uma espécie de porto seguro, onde ele cuida do velho e o velho cuida dele. E assim tocam suas vidas. Hoje está no estaleiro, na recuperação de umas coisinhas, dessas tantas que nos aparecem ao longo da vida e insistem em querer nos tirar do caminho. Clicando a seguir alguma coisinha já escrita aqui dele:http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=heleno.

domingo, 24 de abril de 2016

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (84)


EU E MINHAS TEORIAS SE CONFIRMANDO*
* As três primeiras ilustrações são meus exemplos vivos de "Bela, recatada e do lar".
Enxergo que, os ainda sensatos, muitos deles deram o seu quinhão para que o tal o impeachment pudesse ser aprovado na Câmara dos Deputados, mas com o passar dos dias, analisando friamente o que está sendo montado e o que está por vir com o PMDB de Temer e Cunha no poder, já estão repensando e se posicionando de forma diferente, vendo tudo com outros olhos e chegando na mais simples das conclusões: se o Brasil está ruim com Dilma, com Temer/Cunha vai ser um estrago total.

O último que capitulou foi o articulista dominical do Jornal da Cidade, o professor aposentado da Unesp Bauru, Zarcilo Barbosa, com seu artigo publicado hoje, o "A espiral do silêncio". Claro que, ele não assume assim de uma vez, faz aos poucos, mas no frigir dos ovos, para bom entendedor meia palavra basta. Primeiro diz que um seu amigo não queria ver Dilma cassada da forma como o teatro foi montado e faz muitas citações acadêmicas, estilosas e contundentes, como a da "espiral do silêncio", preconizando que, muitos mesmo querendo se opor não o fazem para não contrariar a opinião dominante e dessa forma ser marginalizado, estigmatizado e até injuriado pelos seus. Depois diz que, a "pauta da discussão é fomentada pela mídia" e daí outro motivo para na maioria das vezes, as pessoas irem no vai da valsa sem pensar muito. Mas um dia a ficha cai e não dá mais para segurar. Por fim capitula: "Democracia não é a ditadura da maioria aparente" e para tanto faz outras tantas citações, inclusive Sócrates, Platão e outros gregos de muita responsa. Antes tarde do que nunca. Gostei.

Eu, com o texto de hoje, já vejo o velho marujo Zarcilo, em mais um rompante de sapiência, dizendo em alto e bom som: Seria muito bom para o país se Dilma continuasse e depois a gente vê como é que fica, pois com sua saída o caos estará implantado, com uma thurma muito piorada que a o PT.

Me digam, não é exatamente isso que ele quiz dizer nas entrelinhas do seu texto?

Leiam o texto na íntegra clicando no link a seguir e me digam se estou vendo coisas ou é isso isso mesmo:http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=243195

Pretendo publicar um texto por dia de gente como Zarcilo, que já repensaram sobre posicionamento anteriormente tomado e hoje já estão em outra. Pensar o país seriamente é exatamente isso...

PRIMEIRO FOI ESSA: AMIGOS E AMIGAS DO BLOCO "BAURU SEM TOMATE É MIXTO"
Acabo de ver isso na internet (https://www.facebook.com/aloisio.morais.7/posts/1304994069516072?pnref=story), no facebook do jornalista Fernando Morais, de um bloco todo de vermelho descendo as ladeiras de Ouro Preto anunciando a boa nova anti golpista nesse país e daí me nasceu uma bruta de um vontade de fazer algo até então inusitado para os tomateiros bauruenses: colocar o bloco na rua de forma excepcional. Que tal numa dessas próximas manhãs de sábado e todos cantando o samba que a Bete Carvalho fez contra o Golpe? Temos um dinheirinho em caixa e podemos usá-lo para pagar os músicos e ferver a Batista com nossa verve antigolpista dessas para endoidecer gente sã.

Foi um vontade, um arrepio que me subiu pelas entranhas, me fez sair do recato (oba!) e passar a coisa para a frente e sondar tudo, todas e todos se devemos ou não mover os pauzinhos e agitar um pouco mais essa pacata cidade. Vamos? Aguardo as opiniões divergentes, convergentes e nada recatadas dos tomateiros todos.

HPA - Bauru SP, quinta, feriado de Tiradentes, 21 de abril de 2016.

DEPOIS FOI ESSA: SÁBADO, DIA 30/04, DESCENDO O CALÇADÃO DA BATISTA
O pessoal do Bloco burlesco, farsesco e algumas vezes carnavalesco Bauru Sem Tomate é MiXto estará descendo o Calçadão da Batista e conclamando todos os demais blocos para numa ação conjunta conclamarmos a cidade contra a bestialidade do Golpe à moda brasileira. Já estamos bolando algo parecido com o que esse menina estudante fez em João Pessoa PB, com o deputado golpista lá deles. Aqui lembraremos o nome dos vereadores que apóiam o Golpe e dos males que seus atos causam não só para a cidade, mas para o país num todo. O evento não será só do bloco, mas algo coletivo, juntando todas as instituições, agrupamentos, conglomerados, entidades, associações, ajuntamentos e possibilidades que lutam pela não quebra da instituição democrática. Será um belo momento de todos juntos gritarmos bem alto contra os desmandos todos dessa cidade e também contra os males que o Golpe que levará Temer, Cunha, Gilmar Mendes, a thurma do PMDB, DEM, PSDB e afins para o ilegítimo comando desse país. Fora aos que acham que podem tudo pela mão grande. Vamos pra rua, sábado que vem é o dia do GRITO DE BAURU.

Vamos? Mas antes leia o que provocou a minha escrita: https://www.facebook.com/LevantePB/posts/1098474903529802

GENTE QUE EU ANDO DE OLHOS FECHADOS
Aqui eu mostro com quem eu ando e sem medo de ser feliz. Começo com esse velho marujo, um desses que não abandona o barco de jeito nenhum. Está sempre do lado esquerdo das considerações, proposituras e ações. Aprendo sempre muito com ele. Outro dia estávamos num lugar e eu me abrindo com uma certa pessoa. Ele chegou perto, me puxou pelo braço, tirou da conversa e na sala do lado me disse: "Não se abra com essa, foi sempre quinta coluna". Mixei o papo com o outro na hora.
Alguém o conhece...

sábado, 23 de abril de 2016

COMENDO PELAS BEIRADAS (16)


NOROESTINOS ILUSTRES – SOMOS MUITO MAIS QUE MIL
MORREU O EX PRESIDENTE , ALGO DO SEU TEMPO E TAMBÉM DA PANELA DE PRESSÃO

Impossível não escrever nada sobre ele, o ex-presidente noroestino e dono da Kalunga, DAMIÃO GARCIA no dia de hoje, um dia após seu falecimento. Sou como a maioria dos torcedores, muito grato por tudo o que fez e por outro lado, com muitos senões sobre sua passagem pelo Noroeste. Vivenciei intensamente aqueles anos quando foi presidente indo muito ao estádio. Muita grana rolou pelos lados de Alfredo de Castilho e ele chegou a montar uma estrutura de time grande. Existiam muitos departamentos e para cada um, uma pessoa dita especializada. Hoje sabemos que muitos mamaram nas tetas do Damião, foi uma época nababesca, onde muitos de aproveitaram daquilo tudo. Paralelo ao Noroeste, inesquecíveis os momentos dos estertores da rádio 710 AM, quando ele bancou seu retorno e com uma programação das mais interessantes. Tínhamos até o José Esmeraldi e os últimos momentos do Samba e Bola, revivendo o saudoso Galvão de Moura. Outro grande por lá, o Carlutti. Damião me faz lembrar de Celso Zinsly, um com passagem meteórica pelo clube, o último que morreu em campo em dia de jogo e daqueles que, se vivo, talvez outra linha de pensamento e ação pelos lados do vermelhinho e de sua atuação nesses anos todos em que definhamos após o afastamento do velho marujo Damião. 

Não posso dizer não ter sido daqueles que pegou no pé de Damião, talvez pelo seu centralismo e por não ter possibilitado nada de positivo na sua linha sucessória. Quando adoeceu e passou a bola para seus filhos e outros parentes, a coisa rapidamente definhou e bateram asas. Noroestino mesmo era ele, não os demais. Entendia e entendo que, pela forma como atuou no Noroeste, era uma espécie de “dono” do time, mandava prender e soltar, dono da grana. Foi um mecenas do bem, nós os torcedores fomos felizes em muitas circunstâncias e tristes em outras. Quero ficar só com as alegrias, pois de tristeza, temos outros tantos momentos e não só os com ele no comando. Lembro certa vez o ex-craque de bola e então comentarista na TV Band, o Neto, sobre a situação famélica do Noroeste na 4ª Divisão Paulista, sem o Damião e sem eira nem beira. Disse mais ou menos isso: “Não tenho dó nenhuma do Noroeste, pois o que os seus torcedores fizeram com Damião, merecem mesmo hoje estar na situação em que se encontram”.

Hoje pelo facebook vejo logo cedo o posicionamento de Vitor Hugo Siqueira, o Vitão, primeiro como inesquecível zagueiro e hoje, tantas vezes o técnico que nos salva de mais e mais vexames, escrevendo sobre uma passagem de Damião não cumprindo a palavra empenhada e ele. No futebol, isso parece sina, praxe e a coisa vai ficando por isso mesmo. Um dia a lembrança vem à tona, como Vitão, mesmo no dia de hoje, fez questão de entre as boas lembranças, também não deixar essa passar em branco. Minhas lembranças da era Damião são da última passagem do Noroeste pela 1ª Divisão paulista e de jogadores que, depois se tornariam famosos pela estrada da bola. Criticávamos tanto o Ralph e ele, anos depois, chegou até a jogar na Seleção Brasileira. Passou por aqui, esse e tantos outros, gente da geração propiciada pelo Damião. O futebol, sempre soube, não é para amadores, nem para os despossuídos, ou seja, os como eu, sem grana. Torcemos, até palpitamos, mas desconheço experiências dentro do mundo capitalista dos sem grana com posição de mando. Infelizmente, essas coisas me parecem um tanto incompatíveis no mundo do capital e do mercado. Damião tinha o que gastar. Gastou o que sempre teve e até nos deixou pendengas, muitas até hoje não completamente saldadas. Coisas da bola. No mais, ainda credito ao período Amantini o onde o Noroeste foi mais ele, mas não desmereço a era Damião. Foi muito noroestino, disso não tenho dúvidas.

Meu segundo assunto é também sobre o Noroeste e emendo hoje uma coisa na outra, a Panela de Pressão. Ela é do Noroeste. Tem um cara aí louco para poder executar um leilão e se desfazer dela, quitar dívidas trabalhistas e receber sua parte. Por sorte, por mais que tente, não consegue seu intento. O Noroeste é mais que esses advogadinhos todos, mesmo que eles se achem o uó do borogodó. Pois bem, o ginásio de esportes e patrimônio do clube e por sorte, para nós trodos, claro, o único em condições de receber na cidade jogos de basquete, vôlei e outros esportes nas ligas profissionais. Hoje temos dois times profissionais fazendo uso da Panela, o da família Paschoalotto no Basquete e o de Vôlei bancado pela família Mandalitti (essa ainda ajudando o Noroeste). Sendo times sem ginásios, o mínimo concebível é que paguem aluguel a quem de direito. Isso o normal. Vejo que o Mandalitti até quer e pode pagar, mas o Paschoalotto refuga, tenta fazê-lo na graciosidade, ou melhor, tenta empurrar a responsabilidade para a Prefeitura Municipal. Quem está na 1ª Divisão do Basquete são eles e assim sendo, que paguem o devido para quem cede o belo ginásio para seus jogos. Se alguma negociação existe, deveria ser entre a diretoria dos clubes, nada mais além disso. E olha que, vez ou outra o ginásio lota mais do que o máximo durante o ano, daí devemos todos continuar a louvar pelo Noroeste lá atrás ter levantado a tãodecantada Panela de Pressão. Esqueçam a Prefeitura, gente do basquete e paguem o justo para o primo pobre do esporte local, um que, nem mais futebol profissional terá esse ano e olhem que estamos ainda em abril, oito meses para terminar o ano. A campanha que entendo ser necessária ser feita é a do Noroeste para que quem ali jogue saiba valorizar esse valoroso espaço, o melhor que temos e também único. Querer fugir disso não é papel dos mais louváveis para times profissionais e, entendam de uma vez por todos, já foi o tempo de Prefeituras bancarem tudo cegamente no esporte.

Aproveitando o momento, proponho discutir isso tudo.

OBS.: Na última foto, Tarcísio Mazzei, esse HPA e José Esmeraldi, no programa deste, o Samba e Bola, que antecedia o futebol dominical, na hoje falida e extinta 710, quando dos tempos do estúdio ser acoplado aos pé da Panela de Pressão.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

FRASES (142)


LEITURAS ENQUANTO AGUARDO A COMPANHEIRA RESOLVER SUAS PENDENGAS
Isso que passei hoje, muitos o passam diariamente. Você leva sua companheira para ir resolver problemas em bancos, repartições públicas, salões e fica aguardando no carro. Eu, já prevendo algo dessa natureza, não saio de casa em estar devidamente municiado de revistas, livros, leituras múltiplas e variadas e com elas o tempo passa lentamente, flui que é uma belezura. Já estou aqui a imaginar o que seria de mim sem meus papéis na tarde de hoje. Conto algo deles de uma forma diferente, pelas leituras realizadas e devidamente grifadas com minha caneta marca texto. Uma sempre de prontidão, sempre à mão, desde o criado mudo ao lado da cama, no bolso das calças, na pasta de trabalho, no console do carro ou na mesa de trabalho. Para essas coisas sou previdente e como leio hoje até em sinal vermelho, o mafuá de papéis me segue por onde circule.

Se inteirando sobre o paraíso do Panamá Papers, o jornalista Antonio Luiz M.C. Costa me esclarece: “A razão de ser de uma Mossack Fonseca é burlar o espírito das leis sem violá-las formalmente e permitir a privilegiados fugir de impostos (e de dividas, partilhas de bens e pensões alimentícias) de maneira defensável os tribunais, apesar de embaraçosa quando exposta. (...) Estima-se que 23 trilhões de dólares, 15% da riqueza privada mundial, estão escondidos em paraísos fiscais. (...) Uma pequena elite se furta a contribuir para a sociedade, apesar de deter uma fatia desproporcional da riqueza nacional, enquanto as massas arcam com taxas mais altas e serviços deteriorados, em boa parte para salvar banqueiros e empresários de seus próprios erros. É uma engranagem vital do sistema internacional de concentração de renda posto em movimento pela globalização e pelas reformas neoliberais, principalmente o livre movimento de capitais, desde os governos de Ronald Reagan e Margaret Tatcher”.

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo para me explicar de como a combinação entre juros elevados e câmbio corroí a indústria relembra algo bem antigo: “O Brasil da desindustrialização reproduz a trajetória de Père Goriot, o personagem de Balzac que vendeu a fábrica de massas para enriquecer com a dívida pública. Morreu arruinado em uma pensão na companhia de Rastignac e Vautrin, depois de ser depenado pelas filhas seduzidas pela alta sociedade parisiense”. Pagar impostos são para pobres como nós, pois os bens fonidos fogem para paraísos fiscais e nãoquerem mais saber de colocar seu rico dinheiro em risco com salários e quetais.

Na outra página leio sobre a diminuição da rigidez para aprovação de licenças ambientais no país, algo agora sendo imposto por gente do PMDB. Um fiscal do Ibama diz: “Se a rigidez na concessão do licenciamento diminuir, casos como o de Mariana vã ose tornar mais frequentes”. Mas o que assusta é a conclusão de Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de proteção Ambiental (PROAM), entendido do assunto sobre transformar o licenciamento ambiental na Geni do processo de retomada do crescimento e dos caos político com o PMDb tomando conta da questão: “O PT atende aos interesses econômicos, mas ao menos sabe trabalhar com a sociedade e dialogar. Se o PMDB chegar ao poder, passará como um trator sobre a área ambiental”. Pois é, se está ruim, pode piorar.

Adoro ler Cynara Menezes, jornalista que se intitula Socialista Morena e escreve sobre as dificuldades de querer se dizer socialista sem defender teorias. “Não há socialismo, mas socialismos. É tudo palpite, ninguém tem certeza. (...) Abraço a formulação de José Saramago, para quem o socialismo é um estado de espírito. É uma forma de ver o mundo que quero compartilhar com os jovens, independentemente de eles terem lido Marx e Lênin ou não. Aliás está cheio de jovens simpatizantes do socialismo por aí que não querem ler Marx e Lênin. Querem ler e ouvir outras vozes, novas vozes. (...) Mas nossa força ou nossa fraqueza futura se definirá pela quantidade de gente que estiver do nosso lado contra os fascistas. Tem muita gente jovem interessada no socialismo. Por favor, velhos camaradas, não os espantem com dogmatismos”. Matuto muito com isso tudo e entendo onde a moça quer chegar e chega bem.

Num outro texto, ou melhor numa entrevista, o psicanalista Tales Ab’Sáber, professor de Filosofia da Psicanálise na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) fala sobre o fracasso desse pacto social brasileiro e da grosseria ideológica da nova direita em continuar com esse papinho de Guerra Fria do século XXII: “Esse é um elemento trágico. Reflete a limitação dessa nova direita, desse papo de Guerra Fria em 2016. É delírio total, mas é delírio interessado, que produziu energia social para derrubar o governo. Não tem vínculo com a realidade, mas funcionou como linguagem e produziu força política. (...) Obama hoje está completando um movimento em Cuba que Lula começou. O Brasil tinha interesses estratégicos. O investimento no porto de Cuba permitia ao Brasil ter uma posição geoeconômica, geopolítica muito importante. Tudo isso foi destruído como se nunca tivesse existido. Elementos ideológicos arcaicos produziram um movimento para destruir o sistema da política petista destruíram também os elementos progressistas do desenvolvimento”.

Viro a página e lá um texto de Márcia Tiburi, que tem um livrinho dos mais interessantes circulando pela aí, o ‘Como conversar com um fascista’. Ela descreve algo da intolerância reinante: “O capitalismo é um regime econômico, político e cultural que funciona como religião fundamentalista. Em torno do dogma do capital, ele mesmo intocável, sagrado e absoluto, se organiza um sistema de culto, culpa e expiação. Cultua-se tudo o que se refere ao capital, tudo o que se submete à forma mercadoria. (...) É a naturalização do preconceito que está na base do capitalismo – e dos seres humanos objetificados, transformados em coisas. (...) A agressividade e o ódio fascista são úteis aos fins do capital. (...) Não quero dizer que todas as pessoas devem se interessar pela outras, mas que o desinteresse pelo outro e a falta de curiosidade que nos impede de perguntar sobre ele podem ser sinais de que o outro está cancelado para nós”.

Numa outra entrevista, a cantante Elza Soares, aos 78 anos com um novo disco e sempre abusada e cada vez mais interessante, fala em poucas palavras do fato deter saído da periferia e não ter medo de pra lá ter que um dia voltar: “As pessoas se acomodam. Eu venho lá da pobreza e para mim tanto faz como tanto fez. Conheço lá muito bem e não tenho medo de voltar para Padre Miguel. Agora, quem nunca viu Padre Miguel, o subúrbio, essa vida dura é algo assustador. Então se acomodam, não vão deixar o certo pelo duvidoso. Eu não sei quem é certo, nem o duvidoso”.

E quando me preparava para mudar de tema, eis que Ana bate no vidro do carro e me tira do estado de plena absorção em que me encontrava. Com a conversa que me traz do banco, me faz voltar para a realidade da vida e dela não mais me afasto. Queria ler mais e mais, mas só quando ela me convidar para levá-la por aí novamente. Quem sabe semana que vem...

OBS.: Informo minhas fontes no dia de hoje, as últimas edições de Carta Capital, Caros Amigos e Brasileiros.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

MÚSICA (136)


LEMBRANÇAS REVIVIDAS - QUICO, UM PASSEIO NA FEIRA DO ROLO E DE COMO ISSO RECARREGA A TODOS*
* Uma história feliz da feira para esquecer um pouco da tristeza dos últimos dias. Do congraçamento possibilitado pelo contato dos amigos nesses lugares mais que lúdicos...

Um baita amigo reaparece de forma triunfal domingo passado, o gigante mais simpático de Bauru, o farmacèutico Quico, outro adorador da feira do Rolo e de suas vielas e quimeras. Batia cartão quando não estava de plantão em servilço nas tantas farmácias onde trabalhou. Quando aparecia era uma festa e sempre levava LPs, dos velhos. Adoraca ficar fuçando as caixas do Carioca e sempre achava raridades. Eu, ele e outro tanto somos inveterados colecionadores de velharias. Isso nos move. Quico havia sumido da feira e quando um dos nossos deixa de comparecer, a tristeza bate coletivamente. Ele teve um baita problemão de saúde, tipo um derrame e teve parte do corpo paralisado. Permaneceu prostrado na cama por alguns meses. Os amigos da feira montaram uma caravana e fomos todos visitá-lo em sua casa, toda adaptada. Ele resistia, mal conseguia falar. Sua esposa colombiana também precisou viajar para rever o pai em estado terminal no interior da Colômbia e adiamos de trazê-lo na feira.
O dia chegou e foi bom esperar um pouco mais. Quico resistiu na acepção da palavra, está melhorando com a fisioterapia e já movimenta bem mãos e fala melhor. Sua esposa liga no sábado à noite e avisa, ele quer ir na feira domingo. E foi. A Emdurb tem um serviço primoroso de levar e buscar deficientes e necessitados especiais, com aqueles onibus preparados para recebê-los. Ele chegou na beirada da feira e se instalou lá defronte a Banca do Carioca no domingo passado. Eu o ajudei a chegar e quando o encontro estava todo pimpão comendo pastel. Foi lindo vê-lo pedir para o Carioca ir trazendo as caixas com CDs e ele ali escolhendo alguns, com as mãos já se movimentando que é uma beleza. Papeou com tudo e todos, matou saudades e prometeu que vai tentar pelo menos voltar uma vez por mês, ou mês sim, mês não. Ganhou presentes do Carioca e no horário previamente marcado, 11h, o tal ônibus da Emdurb chega e cumpre o prometido, merecendo rasgados elogios de todos. Uma despedida calorosa e com aquele gostinho de VOLTA LOGO, QUICO! Sua resistência encheu a todos de boas energias.


ATÉ TU, FOGAÇA? BAITA DESILUSÃO!
Certa feita a dupla Kleiton e Kledir cantarolou em uma de suas músicas mais famosas: "Que saudade do Fogaça e do Falcão...". Falcão era o craque da bola e Fogaça já era um sucesso como letrista da MPB, principalmente na sua vertente gaúcha e estava adentrando a cancha política. Tem muita coisa boa da verve dele que a gente canta até hoje, inesquecíveis melodias. Hoje fui me lembrar disso tudo ao procurar uns CDs para ouvir aqui na minha vitrolinha e me deparar com um que gosto muito, o de sua esposa, a Isabela Fogaça, "Sons da Minha Vida" (Biscoito Fino). Me foi impossível não se recordar de como votou o deputado federal José Fogaça, PMDB gaúcho, que dias antes já havia anunciado o voto fechado no pior sentido possível, ou seja, a favor do impedimento de Dilma:https://www.youtube.com/watch?v=zdgnGABAqtc. Hoje vou na estante dos meus velhos discos e lá um que ainda gosto muito, o "O Melhor de Fogaça". Dá vontade de ouví-lo, mesmo tendo ciência de que o Fogaça daqueles tempos já é outro, bem outro e isso já faz muito tempo. Daquele PMDB de antanho, tempos de Ulisses, acho que só o paranaense Requião guarda algo dentro de si. Até Simon capitulou diante dos clamores neoliberais.
Pego ambos, o LP dele e o CD dela na mão e fico numa indecisão: coloco-os ou não na vitrolinha? Capitulo e tento ouvir o de Isabela. Parece que tudo tem um outro gosto, sentido dúbio depois do voto de Fogaça e de ver como as mentes mudam de lado, ao sabor de outros tempos. Ouço algo dela e tento ler as letras do Fogaça, dos tempos em que os irmãos Ramil nutriam saudades dele, tempo em que integrava o inesquecível grupo gaúcho dos Almondegas e me espanta essa diferença.Enfim, que faço com meu velho disco do Fogaça?

Primeiro ouçam isso dela, numa que adoro, Porto Alegre é demais:https://www.youtube.com/watch?v=4VKNAlSvSpU

Vejam Angela Maria entregando uma justa premiação ao compositor José Fogaça: https://www.youtube.com/watch?v=oQMJfLQlFRI

Vejam a belezura dos Almondegas: https://www.youtube.com/watch?v=TH-AplhQ8Ns


RECADO CURTO E GROSSO PARA QUEM AINDA SE DIZ MEU AMIGO (A), MAS CURTE GENTE COMO BOLSONARO
Se você meu amigo ou minha amiga é simpatizante do fascista Bolsonaro você também é fascista e, em memória de tantos que perderam a vida debaixo de tortura, peço que me exclua, não quero ter contato com gente desse tipo. 

Não existe nenhuma possibilidade de diálogo possível com pessoas nutrindo algum tipo de consideração por linha de pensamento da laia desse nazista do Bolsonaro. Tô fora! 

Quero distância de quem aprecia gente dessa laia.
Tenho dito.
HPA - Bauru SP, quinta, feriado de Tiradentes, 9h21, 21 de abril de 2016.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (129)


COMO VOTAM OS VERADORES DE BAURU - FAVORÁVEIS AO GOLPE E DANANDO A VIDA DO SERVIDOR MUNICIPAL

(Obs.: Estou num dia recluso, cheio de tarefas mestradinas e sem tempo para escrevinhações além dos estudos, daí, li correndo o que posta a amigaTatiana Calmon Karnaval e referendo tudo em genero, número e grau. Daí compartilho e peço atenmção especial de todos para sacar o que de fato ocorre lá na nossa dita Casa de Leis).
HPA - Bauru SP, 19h02, terça, 19 de abril de 2016.

"Esses dias o Jornal da Cidade publicou a relação dos vereadores que eram favoráveis ao impedimento de Dilma, contrário apenas Roque Ferreira e Sandro Bussola.

Ontem um criminoso projeto foi aprovado às pressas, e não estranhamentos os mesmos golpistas que defendem o golpe, estavam por detrás da falcatrua. Reuniram-se, combinaram, todos abrirarm mão da palavra e na surdina acertaram um duro golpe nos servidores de Bauru, e aos demais trabalhadores. Num vergonhoso jogo de cartas marcadas e escondidas, aprovaram o projeto doa PPP.
Olhe a publicação da entrelinhas de hoje: Ahhh. e são os mesmos que querem aprovar o dia o jubilo.... affff

CORRERAM
Causou estranheza em muita gente a forma como a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei que autoriza as Parcerias Público-Privadas (PPPs) em Bauru, durante a sessão parlamentar desta segunda-feira. Dez vereadores deixaram de discursar e o intervalo só se deu após a votação da matéria. Ficou nítida a intenção de “resolver o problema” antes que os s
ervidores e seu sindicato chegassem para protestar. Leia mais na página 3.

SEM DEBATE
A única manifestação pública contrária à proposta, de Roque Ferreira (PSOL), foi motivada por razões ideológicas. Com exceção de Paulo Eduardo de Souza (PSB), que apresentou seis emendas ao texto do prefeito Rodrigo Agostinho, nenhum outro vereador discutiu o assunto tecnicamente, muito menos eventuais implicações acerca do controle e acompanhamento de futuros contratos. Ficou no ar a sensação de que ainda há muito sobre o que se discutir, até porque não houve avanços no diálogo desde que a apreciação do projeto foi adiada, em fevereiro.
POLÊMICA

Além disso, parlamentares comentavam com estranheza a pauta da sessão de ontem, carregada de projetos importantes, que mereciam maior atenção e não precisavam, necessariamente, serem votados ontem. Tudo isso, aliás, em meio à ressaca da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Apesar da aprovação, o assunto ainda promete polêmica.
Minha pergunta: Por que?"
, TATIANA CALMON.

E MAIS ISSO: http://www.jcnet.com.br/Politica/2016/04/em-meio-a-protestos-dos-servidores-camara-aprova-parcerias-privadas.html